to sem assunto...
prova na 4ª...
=(
carnaval chegando...
=D
bom... então vamos a outro poema..
um dos meus favoritos...
tem uma LOONGA história por trás dele...
mas prefiro nem comentar nada...
O Velho e Seu Remédio
Um velho andava curvado
entre alamedas geladas.
Repetia sussurrado:
-Mas que merda essas pontadas!
Apertava entre seus dedos
com força e agressividade,
Apertava o peito esquerdo
onde havia a lealdade.
Sofria do coração,
pontadas de um cutelo.
Estava entre a paixão,
E outras doenças de um velho.
Tropeçou a uma farmácia
sem pessoa que o esperasse.
sua dor em perspicácia
fez com que o homem gritasse.
Helena ficou assustada:
-O que há com o senhor?
-Desculpe, isso não é nada...
O remédio, por favor!
-Acalma-te meu senhor!
Espere só um momento!
Agüente um pouco sua dor,
trago já o medicamento.
Voltou trazendo um pacote
pequeno mal embrulhado,
mas junto ao pequeno pote
veio uma pontada e um brado
Esta estava mais aguda.
Chegou derrubar o velho
Berrou uma exclamação muda
Caiu no chão de joelhos.
A moça assustou-se, deu um grito,
como em filme de terror.
Perguntou num tom aflito:
- Já se sente bem Senhor?
-Foi um problema pequeno,
uma simples recaída!
-Pois cuide bem deste enfermo...
Que pode levar tua vida!
-Esqueça esse meu sofrimento.
Vida, sou eu quem a levo!
Me dá meu medicamento.
Quanto mesmo que eu lhe devo?
-Treze pratas é o preço,
o imposto custa mais três.
-Anda logo, que me apresso!
-No total dá dezesseis.
-Aqui. Só tenho cinqüenta.
O velho estava apressado:
-Anda, não seja tão lenta!
-Desculpa, ‘to sem trocado.
-Oras, depois eu te pago.
O líquido, logo ele cata.
-Desculpe, não posso fiado,
que se não, patrão me mata.
-Então depois me dá o troco.
Confio nos meus amigos.
-Peço desculpas de novo,
seria injusto contigo.
-(Injusto!?) Injusto fosse veneno!
mas essa bosta é socorro.
Sou escravo do contraveneno!
E se não tomo, eu...
Outra ponta o atacou.
Mas essa era diferente.
Nessa tudo rodou.
Tudo fugiu de sua mente.
Desabou no chão agitado,
contorceu-se de frio e de medo.
Helena o acolheu em seus braços,
olhou olho a olho ‘inda aberto,
E assim como um reclamo
“Mas que merda essas pontadas!”
disse a Helena “Eu te amo!”
Enquanto a cabeça pesada,
pousou, deitou em seus braços
como um bebê em acalento.
Helena em seus pedaços,
correu , no mesmo momento,
à vitrine pegou três frascos,
jogou todo o resto no chão,
bebeu como o próprio carrasco,
voltou para sua paixão,
jogou-se em seus braços fortes,
um abraço, quente, paterno,
último abraço da morte.
último abraço eterno..
(André Goulart 2006)
espero que tenham gostado!
se gostaram, postem!
se nao gostaram, postem!
se nem gostaram nem desgostaram,
vá ser assim sem opinião em otro blog!!!
=P
valeu!